Atividades

Roteiro para discussão:


  1. O que significa transfiguração do real?
  2. Quais são os gêneros literários?
  3. Você pensa que os personagens dos livros são criações dos autores ou recriação? Explique isso.
  4. Para você a literatura tem que corresponder ao real ?
  5. O que você entendeu do pensamento de Aristóteles sobre arte?
         Atividade relacionada aos seguintes textos: Texto 1 - Texto 2


Nascido em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro, Vinícius de Moraes foi músico, compositor, jornalista, dramaturgo, diplomata, escritor e poeta.
O “poetinha”, como foi apelidado por Tom Jobim, escreveu seus primeiros versos enquanto ainda estava na escola. Também durante o período letivo, fez parte do coral do Colégio Santo Inácio e montou pequenas peças teatrais.
Através do contato com os irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, começou sua carreira de compositor, em meados dos anos 1920. Em 1929, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, aonde conheceu o romancista Otavio Farias, que o incentivou à produção literária. Até o dia de sua morte, em oito de julho de 1980, foram registrados 18 livros e mais de 450 poesias sob a autoria de Vinícius.
Como músico, escreveu mais de 300 canções, entre composições próprias e parcerias com grandes nomes da música popular brasileira, como Tom Jobim (com quem escreveu “Garota de Ipanema”, “Eu sei que vou te amar”, “Chega de Saudade”, entre outras), Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque, Dorival Caymmi,Carlos Lyra, entre outros.
Além disso, trabalhou como jornalista, tornando-se crítico de cinema do jornal “A Manhã” e colaborando para a revista “Clima”, em 1941, e idealizando a revista “Filme”, lançada em 1947, em sociedade com o crítico e cineasta, Alex Vianny. Vinícius também atuou como diplomata por alguns anos. Em sua segunda tentativa, foi aprovado no concurso para o Ministério das Relações Exteriores, em 1943, mudando-se primeiramente para Los Angeles (EUA) e depois para Paris (França) e Roma (Itália).
Como dramaturgo, Vinícius escreveu as peças “As Feras”, “Cordélia e o Peregrino”, “Orfeu da Conceição” e “Procura-se uma Rosa”, inspirada em uma notícia veiculada na imprensa carioca, que abordava a história de uma mulher que se perdeu do marido em uma estação de trem e nunca mais voltou.
Mas foi para a música que Vinícius viveu os últimos tempos de sua vida, excursionando pelo mundo todo ao lado de seus companheiros e de sua garrafa preferida de whisky. Suas canções foram traduzidas para diversos idiomas e são tocadas até hoje no Brasil e em vários outros países.
Tudo que se escrever sobre Vinícius de Moraes parece pouco e defini-lo beira o impossível. Manuel Bandeira disse que ele “tem o fôlego dos românticos, a espiritualidade dos simbolistas, a perícia dos parnasianos (sem refugar, como estes, as sutilezas barrocas) e, finalmente, homem bem do seu tempo, a liberdade, a licença, o esplêndido cinismo dos modernos” (citado por Flávio Pinheiro, no site oficial do poeta, www.viniciusdemoraes.com.br). A perplexidade poética expressa em seu poema “Fim” permanece viva e é a de todos nós:

Será que cheguei ao fim de todos os caminhos
E só resta a possibilidade de permanecer?
Será a Verdade apenas um incentivo à caminhada
Ou será ela a própria caminhada?
Terão mentido os que surgiram da treva e gritaram – Espírito!
E gritaram – Coragem!
Rasgarei as mãos nas pedras da enorme muralha
Que fecha tudo à libertação?
Lançarei meu corpo à vala comum dos falidos
Ou cairei lutando contra o impossível que antolha-me os passos
Apenas pela glória de tombar lutando?
Será que eu cheguei ao fim de todos os caminhos…
Ao fim de todos os caminhos?

Literatura é um instrumento de comunicação e de interação social; ela transmite os conhecimentos e a cultura de um povo.

O texto literário se organiza em gêneros literários.
Os textos literários são divididos em dois grupos: textos em verso, textos em prosa.

Os textos em verso são os poemas, aqueles que são formados por versos; os textos em prosa são aqueles construídos em linha reta, organizados em frases, parágrafos, capítulos, partes etc.

Gênero lírico

O gênero lírico é o texto onde há a manifestação de um eu lírico. Esse expressa suas emoções, ideias, mundo interior ante o mundo exterior. São textos subjetivos, normalmente os pronomes e verbos estão em 1ª pessoa e a musicalidade das palavras é explorada.

Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro
Os pulsos e os punhos cortados
E o resto do meu corpo inteiro.
(Titãs)


Gênero épico


Nos textos que pertencem ao gênero épico há a presença de um narrador que conta umahistória que envolve terceiros.
Os textos épicos narram a história de um povo ou de uma nação, geralmente são textos longos envolvendo viagens, guerras, aventuras, gestos heroicos e há exaltação de heróis e seus feitos.

Gênero dramático
O gênero dramático expõe o conflito dos homens e seu mundo, as manifestações da miséria humana. Os textos que são produzidos com o intuito de serem dramatizados pertencem ao gênero dramático; assim, os atores fazem o papel das personagens.


O que é literatura?

"A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada 
através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que 
são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver 
outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde 
proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e 
adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, 
diferentes dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social. " Afrânio coutinho

A Carta de Pero Vaz de Caminha



Pero Vaz de Caminha nasceu em 1450, 
prestou alguns serviços à coroa portuguesa e em 1500 compôs a frota dirigida 
por Pedro Álvares Cabral. Na qualidade de escrivão desta referida frota, coube 
a ele redigir uma carta ao rei Dom. Manuel I comunicando-lhe sobre o 
"achamento" da terra brasileira. 

Neste sentido Caminha inicia seu texto, 
contando-nos como fora sua viagem. A Partida se deu no dia nove de março de 
1500, na manhã do dia 14 estavam entre as ilhas Canárias e no dia 22 na altura 
de Cabo Verde. No dia 23, o autor nos conta sobre o único acidente da 
empreitada, quando uma nau se perde sem nenhuma justificativa aparente para 
isso. Com um navio a menos a viagem prossegue. No dia 21 de abril, terça feira 
de páscoa, reconhecem-se sinais de terra. No dia seguinte avistam um monte e 
logo em seguida terra! Caminha nos conta que o capitão nomeou a terra como
?Terra de Vera Cruz? o monte, em virtude da proximidade da Páscoa, como ?Monte 
Pascual?. Dia 23, navegaram para a dita terra. Neste momento se deu o primeiro 
contato entre nativos e portugueses. 
Eles não se entenderam e limitaram-se a trocar presentes. 

Pero Vaz de Caminha faz então, uma 
atenciosa analise destes nativos, destacando os fatos que lhe chama a atenção, 
como a beleza, a nudez e a inocência destes homens. Estes mesmos comentários, 
sobretudo a respeito da nudez, serão repetidos diversas vezes ao longo da 
carta. Caminha também fala várias vezes da necessidade de catequizar estes 
homens, que ele julga ser puro e pronto para receber a fé católica. Ele 
acredita que os nativos não têm nenhuma outra crença. No dia 24, os navios 
menores entram em um abrigo natural, fazendo-o de porto. Cabral o chama de 
?Porto Seguro?. É neste dia ainda que ocorre um dos fatos mais conhecidos do
descobrimento: Um casal indígena é convidado a subir a nau portuguesa e lá 
chegando, apontam em direção a um colar de ouro e a um castiçal de prata, 
apontando em seguida a terra. Esses movimentos foram interpretados por Caminha 
como sendo indicativo da presença de ouro e prata naquela terra. 

No dia seguinte os demais navios também 
entram no Porto Seguro e no dia 26, sendo domingo de Páscoa, ocorre a primeira 
missa. Esta missa foi assistida por todos os integrantes da frota portuguesa e 
pelos índios da região. Nos quatro dias posteriores os marinheiros ajudados 
pelos nativos preparam os navios para seguir viagem. Paralelamente, uma cruz de 
madeira foi feita pelos carpinteiros da frota, fato este que muito atraiu a 
curiosidade dos índios, segundo caminha mais pelos instrumentos de ferro usados 
(desconhecidos para os nativos), que pela cruz em si. 

No 
dia 1º é celebrada uma segunda missa. Desta vez, além da missa foi colocado
junto a uma árvore a tal cruz de madeira. Os portugueses, a mando de Cabral, se 
ajoelham e beijaram a cruz. Com isso queriam mostrar aos índios a dedicação e 
submissão que tinham para com aquele ícone da religião católica. No dia 
seguinte partiram, deixando pra trás, além da cruz, dois homens condenados à 
morte com a missão de entender as línguas e costumes daquela região. Caminha 
encerra seu discurso fazendo um apelo pessoal ao rei, para que ele interceda 
junto a seu genro, Jorge de Osório, que se encontrava preso na ilha de São Tomé. 


A carta de Pero Vaz de Caminha é de um valor 
histórico incalculável! É com ela que hoje podemos saber uma série de elementos 
sobre a situação do Brasil a época do descobrimento, como é o caso do 
comportamento dos índios. A simpatia inegável que Caminha revela pelos 
primeiros habitantes de nossa terra permite-nos vê-lo como um exemplo do 
humanista da época, intelectualmente curioso e tolerante com os costumes 
diferentes dos seus. Seu senso de observação e sua capacidade de narrar também 
não são menos digno de elogios. Caminha é tão honesto na observação dos fatos, 
que relata na carta, as dúvidas que porventura tenha tido. Enfim é um texto de 
imprescindível leitura para aqueleque queira entender o descobrimento do 
Brasil.